O Brasil enfrenta um desafio comum: como conciliar modernização tecnológica com inclusão social? A resposta pode estar em uma metodologia inovadora que transforma a gestão pública mundial.
Além da Dicotomia Tradicional
Por décadas, gestores acreditaram ser necessário escolher entre eficiência empresarial e impacto social. Essa visão limitou nossas iniciativas digitais. Experiências chinesas demonstram que existe uma terceira via.
O Modelo Chinês
A China oferece um exemplo interessante. Sua população online saltou de 5% em 2000 para 78% em 2023, mantendo crescimento econômico acima de 6% ao ano. No primeiro trimestre de 2025, cresceu 5,4%.
O segredo está no “projetamento”, metodologia de planejamento que prioriza retornos de longo prazo. Diferentemente do modelo tradicional, que enxerga conflitos entre lucro e benefício social, o projetamento cria sinergias sustentáveis.
Implementação Prática
Em Nanjing, plataformas 5G foram testadas em escala controlada antes da expansão regional. Essa abordagem incremental evita desperdício de recursos comum em implementações precipitadas.
O princípio da "análise de saturação" permite testar soluções em microescala, refinando propostas antes de investimentos massivos. Para municípios brasileiros com orçamentos limitados, isso pode ser decisivo.
Um caso próximo é o Município de Araçoiaba da Serra que busca integra sistemas de saúde e educação, almejando a redução custos enquanto amplia acesso aos serviços públicos. Essa estratégia encontra eco em metodologias aplicadas na China, onde planejamento de longo prazo produz resultados materiais evidentes.
Governança Expandida
O novo paradigma propõe "métricas duais" que consideram saúde financeira e indicadores sociais, como redução da desigualdade digital. Essa visão exige coordenação entre governo, iniciativa privada e academia, priorizando investimentos estratégicos em IA e infraestrutura digital.
Crescimento no modelo "Libertadores"
O Brasil possui condições únicas para liderar essa transformação na América Latina, assim como nos últimos anos os clubes brasileiros têm sido campeões da Copa Libertadores da América (desde 2019). Nossa diversidade regional permite testar diferentes modelos simultaneamente. Cidades como Araçoiaba já aponta ser possível integrar sistemas públicos de forma eficiente.
O desafio está em superar a mentalidade de que desenvolvimento econômico e inclusão social são conflitantes. Como demonstra a experiência internacional, o planejamento estratégico cria complementaridades, e como mostra a história, inovação e comércio sempre existiram, o que mudaram foram as condições jurídicas e mentalidade popular que impactam com maior ou menor sucesso os resultados esperados.
A transformação digital sustentável exige métricas que considerem resultados econômicos e sociais, resistência a pressões de curto prazo e coordenação sistêmica.
Não se trata de importar modelos prontos, mas adaptar metodologias às nossas realidades. O futuro da gestão pública brasileira depende de pensarmos além das dicotomias tradicionais. A pergunta não é mais se podemos conciliar eficiência e inclusão, mas como acelerar essa transformação. O tempo é agora.


