O que vem por aí: Sobre I.A. e Regulação
11 de dezembro de 2024
Leon Fagiani Campos, Advogado.

Já pensou qual é a sua responsabilidade no uso de Inteligência Artificial (IA)? O que aconteceria se o seu sistema fosse acusado de discriminação ou violação de privacidade? Como sua empresa responderia a uma fiscalização que identificasse riscos não mitigados em seus algoritmos?

Essas questões estão mais próximas da realidade do que nunca. Com a aprovação do projeto de lei sobre Inteligência Artificial pelo Senado Federal em 10 de outubro de 2024, o Brasil ingressa em uma nova era de regulação, que afeta diretamente empresários e profissionais de TI.


A seguir, apresentamos uma análise aprofundada sobre os principais aspectos do marco regulatório, com exemplos concretos, implicações práticas e estratégias para adaptar seus negócios ao novo cenário.


O QUE FOI APROVADO NO BRASIL (SENADO)

Obs: o projeto ainda será debatido na câmara dos deputados


Centralidade da Pessoa Humana

O marco regulatório estabelece como princípio fundamental que a dignidade, os direitos fundamentais e o bem-estar do ser humano devem estar no centro do desenvolvimento e uso de sistemas de Inteligência Artificial (IA).


Citação Legal:  Artigo 2º, inciso I: “O desenvolvimento, a implementação e o uso de sistemas de inteligência artificial no Brasil têm como fundamentos: I – a centralidade da pessoa humana.”




Classificação e Regulação de Riscos

A nova legislação classifica sistemas de IA por níveis de risco. Aqueles considerados de alto risco, como sistemas em saúde, justiça e segurança, estão sujeitos a regras rigorosas.


Citação Legal: Artigo 17, §1º: “São considerados sistemas de inteligência artificial de alto risco aqueles utilizados para as seguintes finalidades: [...] educação, recrutamento, justiça, saúde.”




Avaliação de Impacto Algorítmico

Sistemas de alto risco deverão passar por avaliações obrigatórias para mitigar riscos aos direitos fundamentais.


Citação Legal: Artigo 18, §1º: “A avaliação de impacto algorítmico deverá verificar os riscos aos direitos fundamentais conhecidos e previsíveis, os benefícios do sistema e as consequências adversas.”




Proteção de Direitos Autorais

A legislação permite o uso de obras protegidas por direitos autorais exclusivamente para fins acadêmicos ou de pesquisa, sem fins comerciais.


Citação Legal: Artigo 22, §1º: “Os conteúdos protegidos por direitos autorais poderão ser utilizados exclusivamente para fins de pesquisa, desde que obtidos de forma legítima e sem fins comerciais.”


  • Exemplo Real: O dublador Wendel Bezerra - conhecido por dar voz a personagens como Bob Sponja e Goku (Dragon Ball Z) - registrou um boletim de ocorrência por encontrar uma loja virtual que fornecia sua voz gerada por I.A.

https://www.tecmundo.com.br/software/294467-dublador-wendel-bezerra-bo-policia-uso-ilegal-voz-ia.htm 


Sistemas Proibidos

O texto proíbe sistemas que:

  • Manipulem comportamentos por técnicas subliminares.
  • Explorem vulnerabilidades psicológicas.
  • Coloquem em risco saúde, segurança ou direitos fundamentais.


Citação Legal: Artigo 23, §1º: “É proibido o desenvolvimento ou uso de sistemas de inteligência artificial com o objetivo de induzir comportamentos que coloquem em risco a saúde, segurança ou direitos fundamentais.”




Direitos dos Afetados

Pessoas impactadas por decisões automatizadas têm direito a:


  • Explicação clara.
  • Contestação.
  • Revisão humana das decisões.


Citação Legal: Artigo 28, §1º: “As pessoas afetadas por sistemas de inteligência artificial têm assegurado o direito à explicação, contestação e revisão humana.” 


Um exemplo poderia ser a complexidade de avaliação de aprendizagem de estudantes, e não apenas interpretação de testes objetivos https://abmes.org.br/blog/detalhe/18848/a-complexidade-de-avaliar-a-aprendizagem-dos-estudantes-no-contexto-da-ia 




CONCLUSÃO


O novo marco regulatório é algo que, ainda que adiado, é inevitável (tal como a responsabilidade das plataformas digitais e o Art. 19 do MCI). Empresários e profissionais de TI devem agir rapidamente para adaptar suas operações. Assim como a tecnologia evolui, sua aplicação deve se alinhar às regras. Afinal, talvez o pragmatismo seja o maior aliado em momentos como esse.


 Notícia: https://www.gov.br/cultura/pt-br/assuntos/noticias/senado-federal-aprova-marco-regulatorio-da-inteligencia-artificial



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