Por que algumas empresas desaparecem enquanto outras conseguem se reinventar e permanecer relevantes por décadas? Quantas histórias já ouvimos de organizações que perderam espaço, precisaram ser vendidas para sobreviver ou simplesmente não conseguiram sair de crises? Essa é uma pergunta que todo empresário e executivo deveria se fazer diariamente: o que precisamos fazer para garantir que nossa empresa continue relevante?
Não existe fórmula mágica para a perenidade empresarial. No entanto, alguns princípios são inegociáveis, como manter a saúde financeira e fiscal, além de entregar valor real ao mercado. O desafio, porém, está no contexto atual: um mundo que se transforma em velocidade exponencial, impulsionado pela evolução tecnológica e pelas mudanças no comportamento dos consumidores. Como inovar e, ao mesmo tempo, atender às demandas do dia a dia? Como evitar que a rotina engula a capacidade de inovar? Esse dilema é uma das maiores preocupações dos CEOs no mundo todo.
A resposta passa pelo que os especialistas chamam de ambidestria empresarial — a habilidade de equilibrar as decisões e os investimentos entre o presente e o futuro. Não se trata de escolher entre manter a operação funcionando ou inovar, mas de fazer as duas coisas simultaneamente, com estratégia e disciplina – e a inovação não pode ser tratada como modismo ou ação pontual; precisa estar incorporada na cultura e na agenda diária das empresas.
Hoje, também vivemos a força combinada de dois movimentos conhecidos no mundo dos negócios: o tech push (quando a tecnologia cria novas demandas) e o market pull (quando o mercado pressiona por soluções que impulsionam o desenvolvimento tecnológico). A tecnologia evolui de forma exponencial, abrindo oportunidades para a disrupção de produtos e serviços, enquanto o mercado exige respostas cada vez mais rápidas e eficientes.
Para as empresas, isso representa um cenário fértil, mas também desafiador: quem não acompanhar essa dinâmica corre o risco de se tornar irrelevante. As organizações que desenvolvem internamente as competências necessárias para absorver novas tecnologias são justamente as que aumentam suas chances de crescer de forma sustentável e manter sua relevância no longo prazo.
Por isso, constância e evolução precisam ser palavras de ordem. Perenidade empresarial está intimamente ligada a uma estratégia consistente, capaz de equilibrar as demandas do presente com os investimentos que garantirão o futuro. E, nesse cenário, a tecnologia deixou de ser apenas uma ferramenta de suporte para se tornar uma grande aliada estratégica. Ignorá-la é renunciar a competitividade e relevância. Empresas que amadurecem seus processos e desenvolvem uma cultura de aprendizado contínuo conseguem extrair valor real dessa aliada poderosa, desde ganhos básicos de eficiência operacional até a diferenciação competitiva no topo da “pirâmide de valor”.
Em um mercado que se transforma a cada dia, não há mais espaço para ficar à margem da evolução tecnológica. As empresas que desejam ser perenes são aquelas que entendem que relevância se constrói todos os dias — com visão estratégica, cultura de inovação e, sobretudo, com o uso inteligente da tecnologia como parte central de sua jornada.

